Bate-boca entre os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID no Senado, durante depoimento do ministro Queiroga. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) questionou o depoente ministro Marcelo Queiroga, se endossa a opinião do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o tratamento precoce.
Queiroga evitou responder a pergunta e disse que gostaria de manter a opinião dele quando sair o protocolo da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC). O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), reforçou que o ministro deveria responder à pergunta. “Acho que o senhor não entendeu sua posição aqui. O senhor é testemunha, tem que dizer sim ou não. Então, como ministro da Saúde e como médico, peço para responder, se não vou encerrar esta sessão”, afirmou.
O relator repetiu a pergunta: “Vossa excelência compartilha da opinião do presidente da República sobre o tratamento precoce, especialmente sobre o uso da cloroquina para pacientes da COVID-19?”. O ministro voltou a se esquivar: “Essa é uma questão de natureza técnica, tem que ser enfrentada de forma técnica. É uma matéria técnica, existem correntes da medicina. Uma corrente é contrária e outra defende. Esta questão precisa de um posicionamento técnico.
Renan Calheiros insistiu: “O senhor compartilha com o que o presidente pensa ou não?”. Em seguida, senadores bolsonaristas interromperam a sessão e discutiram sobre as perguntas feitas. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que o relator estava tentando induzir a testemunha e o presidente respondeu: “Até minha filha de 12 anos falaria sim ou não.”
O vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acusou os demais senadores por obstruir a reunião e interromper os questionamentos do relator. Por fim, Renan Calheiros afirmou que passaria para a próxima pergunta por não ter conseguido resposta sobre o tratamento precoce.
A CPI ouviu Mandetta na terça (04) e Teich na quarta (05). Pela ordem cronológica, o próximo seria Pazuello, mas ele alegou ter contato com pessoas que testaram positivo para a COVID-19 e, por isso, o depoimento foi remarcado para 19 de maio.
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