
A queda de um helicóptero nos arredores de Kiev, na Ucrânia, nesta quarta-feira (18), matou o ministro do Interior do país, Denys Monastyrsky, e outras 14 pessoas, entre elas uma criança.
Até a última atualização desta notícia, a causa da queda da aeronave ainda não havia sido divulgada, mas o governo ucraniano confirmou a morte do ministro de Interior na queda. O cargo é um dos mais importantes do país – o chefe da pasta é o responsável pelas Forças Armadas e, por isso, uma das principais peças na guerra na Ucrânia.
Além de Monastyrsky, estavam no helicóptero o vice-ministro do Interior, Yevhen Yenin, e o secretário de Estado do Ministério de Assuntos Internos, Yuriy Lubkovych. Ambos também morreram;
Uma criança está entre as vítimas, segundo o serviço de emergência do governo da Ucrânia;
Ela estava em uma creche que foi atingida pelo helicóptero durante a queda, de acordo com o governo local;
Dos 14 mortos, nove estavam a bordo do helicóptero e outros cinco, próximos ao local da queda, como funcionários da creche;
Outras 25 pessoas ficaram feridas, 11 delas crianças, ainda segundo o governo local;
Inicialmente, o governo ucraniano havia dito que o número de mortos era de 18 pessoas.
A queda ocorreu no início da manhã em um bairro residencial de Brovary, município a 25 quilômetros do centro de Kiev. A capital ucraniana e os arredores têm sido alvo constante de bombardeios russos desde o fim do ano passado.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zenlensky, chamou o caso de “uma terrível tragédia”.
“A dor é indescritível”, disse Zelensky, que havia nomeado Monastyrsky no início de seu governo.
O helicóptero era do modelo Super Puma, de fabricação francesa, pertencia ao governo da Ucrânia e era geralmente usado em operações de emergência.
A agência de inteligência da Ucrânia informou que abriu uma investigação para apurar as causas da queda e disse que, por enquanto, considera as seguintes hipóteses:
Violação das regras de voo;
Mau funcionamento técnico do helicóptero;
Ações intencionais para destruir um veículo.
A aeronave atingiu parte da creche e de um muro ao cair, segundo relatos de moradores. A queda causou uma forte explosão.
“Vimos pessoas feridas, vimos crianças. Havia muito nevoeiro aqui, tudo estava espalhado ao redor. Ouvimos gritos e corremos em direção a eles”, disse à agência de notícias um morador de 17 anos identificado apenas como Glib.
“Pegamos as crianças e as passamos por cima da cerca, longe do berçário porque estava pegando fogo, principalmente no segundo andar”, disse ele.
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, se pronunciou sobre a queda da aeronave, que, segundo ele, mostra “o preço que a Ucrânia está pagando”.
“Nossos pensamentos neste dia triste estão com as famílias das vítimas e dos feridos e com o presidente Zelensky, que perdeu seu ministro de Interior”.
Prestes a completar um ano, em 24 de fevereiro, a guerra na Ucrânia vive um momento de tentativa de retomada por parte da Rússia de territórios recuperados pela Ucrânia.
Contra-ataque da Rússia
Desde meados do ano passado, as forças de Kiev lançaram uma forte ofensiva para recuperar cidades e regiões ocupadas pelas tropas russas. Para isso, o governo ucraniano foi respaldado pelo envio de armas e equipamentos militares dos Estados Unidos e de países europeus, uma ajuda que se mantém desde então.
Em paralelo, ataques pontuais começaram a ser registrados em território russo, sem que a Ucrânia reivindicasse formalmente a autoria. Em um deles, uma ponte que ligava a Crimeia – a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 – à Rússia explodiu.
Enfurecido, Vladimir Putin – que participou da inauguração da ponte, prometeu vingança.
Em 21 de setembro, em um discurso televisionado sem precedentes desde o início da guerra da Ucrânia, Putin anunciou a convocação de reservistas, o que gerou revolta de parte da população e fuga de centenas de jovens do país.
Foi a primeira vez que o líder russo – que durante muito tempo tentava evitar a narrativa de guerra dentro do país, inclusive proibindo todos os meios de comunicação de mencioná-la – levou o conflito para dentro de seu território.
O anúncio gerou também uma série de protestos por toda a Rússia – o que, por lá, é ilegal. (Com informações do g1)
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