Sociedade Goiana de Pediatria destaca a necessidade de procurar um especialista para que haja o diagnóstico correto diante dos sintomas
Na data em que é relembrado o Dia Nacional do Diabetes, 26 de junho, especialistas da SGP (Sociedade Goiana de Pediatria) acendem o alerta de conscientização sobre os impactos dessa doença global, que deverá afetar 1,3 bilhão de pessoas até 2050. O diabetes, embora comumente associado a adultos, se tornou uma preocupação no que se refere às crianças.
Informações do Atlas da Federação Internacional de Diabetes mostram que no Brasil, 92.300 crianças e adolescentes têm diabetes tipo 1. Isso coloca o país em 3º lugar no ranking de incidência de DM1 infantil no mundo, ficando atrás apenas da Índia (229.400) e Estados Unidos (157.900). A doença autoimune, que impede o pâncreas de produzir insulina, pode surgir em qualquer fase da infância, sendo mais comum entre os quatro e seis anos e entre os dez e 14 anos.
Apesar de não poder ser prevenido, o diabetes tipo 1 apresenta sintomas como excesso de sede, indisposição, aumento da fome, irritabilidade e hálito com odor parecido com acetona. Crianças com essa disfunção dependem de injeções diárias de insulina para controlar os níveis de glicose no sangue.
Presidente da SGP, a pediatra Valéria Granieri explica que as famílias devem se atentar à necessidade de procurar um especialista para realizar o diagnóstico correto e garantir uma qualidade de vida à criança. “Os sintomas podem ser até ser percebidos pelo pais. Entretanto, alguns podem acabar ignorando. E é isso que não pode acontecer. Estamos falando de uma criança que vai crescer e se tornar um adulto.”
Já o diabetes tipo 2, embora menos comum nos pequenos, está se tornando mais frequente em função do aumento da obesidade infantil. “A obesidade é um fator de risco significativo para o diabetes tipo 2. No Brasil, mais de 3,1 milhões de crianças estão obesas”, comenta Granieri. Esta forma da doença está associada a um estilo de vida sedentário e dietas inadequadas.
Riscos
As complicações do diabetes em crianças são variadas. As oscilações de glicose no sangue podem levar a hipoglicemia (níveis muito baixos de açúcar) ou hiperglicemia (níveis muito altos de açúcar), ambas potencialmente perigosas. Entre as mais agudas, destaca-se a cetoacidose diabética, uma condição grave que pode ocorrer em crianças com diabetes tipo 1 e requer atenção médica imediata.
Além das complicações agudas, o diabetes pode causar problemas cardiovasculares, renais, neurológicos e oculares, além de impactar o crescimento e o desenvolvimento das crianças. “Algumas comorbidades se desenvolvem rapidamente, enquanto outras podem surgir ao longo dos anos. Seguir as recomendações médicas e realizar o tratamento adequado é fundamental para evitar essas complicações”, finaliza a pediatra.
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