O segundo dia do Brazil Forum UK foi marcado por debates sobre transição energética justa, combate à evasão escolar, a segurança na Amazônia, a inclusão financeira e o aborto legal.
A empresária Luiza Trajano, presidente do conselho administrativo da Magalu (Magazine Luiza), defendeu que a tecnologia auxilie na inclusão das pessoas das classes de menor renda no sistema bancário e defendeu que o Banco Central retome os cortes da Selic, a taxa básica de juros. Ao falar sibre PIX, ela disse que a tecnologia se popularizou porque seu uso é simples. Nina Silva, fundadora do Movimento Black Money, alertou que esse sistema também seja aprimorado para corrigir qualquer viés preconceituoso. “Acesso não é inclusão.” Uma pessoa negra tem o triplo de chances de ter um pedido de empréstimo negado, se comparada a uma pessoa branca.
O painel sobre os 35 anos do aborto legal causou grande comoção. A ginecologista Helena Paro começou sua participação citando casos dramáticos de mulheres que sofreram de alguma forma de violência relacionada ao direito ao aborto legal. Ela trouxe dados impactantes, como o de que, anualmente, 25 mil crianças com menos de 14 anos, vítimas de estupro de vulnerável, tornam-se mães.
Gabriela Rondon, do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, criticou o fato de que, no Brasil, a única legislação sobre o tema aborto é o código penal, sendo que deveria ter se tratado como uma questão de saúde pública. O debate, inclusive, contou com a intervenção do ministro Luís Roberto Barroso que, da plateia, mencionou uma ação sobre o tema que tramita no STF. Segundo o magistrado, que pediu vista do caso, é necessário que haja um debate amplo na sociedade sobre o tema para que sociedade compreenda melhor uma futura decisão judicial.
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