A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações e omissões no combate à pandemia pelo poder público deve realizar a primeira reunião nesta terça-feira (27/04).
Ainda que os rumos e os resultados concretos das CPIs sejam imprevisíveis, há expectativa de que a investigação, que se estenderá pelos próximos 90 dias, se debruce sobre uma série de questões sobre a conduta do governo federal no contexto da crise sanitária.
Bolsonaro conta com uma base pequena para defender suas posições na comissão. Entre os 11 membros, apenas 4 são governistas ou próximos ao Palácio do Planalto: Ciro Nogueira (PP-PI), Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (DEM-RO).
A expectativa é que a primeira reunião marque a escolha dos parlamentares que ocuparão a presidência e vice-presidência do colegiado.
A seguir, o perfil de cada um dos membros da CPI.
Ciro Nogueira (PP-PI) – Um dos principais líderes do Centrão e aliado do governo, o presidente do Progressistas tem repetido em entrevistas que a CPI foi instalada no momento errado, diante do recrudescimento da pandemia, e que foi criada com o único objetivo de atacar o governo federal.
Eduardo Braga (MDB-AM) – O atual líder do MDB no Senado chegou a rebater em uma audiência na Casa em fevereiro afirmações dadas pelo então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que a pasta não teria sido avisada sobre o colapso no fornecimento de oxigênio à rede de saúde de Manaus.
Eduardo Girão (Podemos-CE) – O senador é autor do requerimento para ampliar o objeto de investigação da comissão e incluir a utilização dos recursos dos repasses federais a Estados e municípios no contexto da pandemia
Humberto Costa (PT-PE) – O senador de oposição faz duras críticas à condução da pandemia pelo governo federal e já chegou a acusar o presidente Jair Bolsonaro de cometer crime de responsabilidade.
Jorginho Mello (PL-SC) – O parlamentar também é integrante do chamado Centrão, filiado ao Partido Liberal. No último mês de outubro, Mello se tornou um dos vice-líderes do governo no Congresso.
Marcos Rogério (DEM-RO) – Foi um dos parlamentares que defenderam, no início de abril, a manutenção do funcionamento de igrejas e templos religiosos apesar das restrições impostas pelos lockdowns parciais que tentavam frear o aumento de casos de covid-19 em diversas cidades.
Otto Alencar (PSD-BA) – O líder do PSD no Senado é médico e foi secretário de Saúde da Bahia no início dos anos 1990. tem criticado diversos pontos da condução da pandemia pelo governo federal, como a promoção da hidroxicloroquina, como suposto tratamento precoce e a morosidade na assinatura de protocolos para compra de vacinas.
Omar Aziz (PSD-AM) – O senador pelo Amazonas é apontado como possível presidente da comissão. Já afirmou que um dos objetivos da CPI não é buscar “vingança” ou “condenar pessoas antecipadamente”.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – É autor da requisição que instaurou a CPI e não poupa críticas ao enfrentamento da pandemia pelo governo federal.
Renan Calheiros (MDB-AL) – A notícia de que o senador poderia ser o relator da CPI foi mal recebida entre bolsonaristas, que chegaram a fazer campanha contra a indicação com a hashtag #RenanSuspeito no Twitter.
Tasso Jereissati (PSDB-CE) – Tasso já afirmou que acredita que o governo federal tenha responsabilidade pela crise sanitária
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