Nesta quarta-feira,5, o ex-ministro da saúde, o médico oncologista Nelson Teich, falou aos membros da CPI da COVID, num depoimento que durou seis horas. Teich falou sobre a recomendação pelo governo de medicamentos ineficazes contra o coronavírus e a falta de uma política de distanciamento social; e fez avaliações sobre a condução da pandemia pelo Executivo. Durante a sessão, o ex-ministro respondeu a questionamentos de diversos senadores, aliados do governo e de oposição.
Durante depoimento, Nelson Teich disse que um dos motivos que o levaram a pedir demissão do cargo foi o desejo do governo de “ampliação do uso da cloroquina”. Para ele a produção de cloroquina por instituições públicas foi um “assunto que não chegou” até ele. Teich falou também que foi contrário à distribuição de cloroquina para comunidades indígenas e que tem posições diferentes das de Bolsonaro em relação a medidas de distanciamento e isolamento social. Para o ex-ministro a falta de informação agravou a crise da Covid no Amazonas; e que existia “desejo” por parte do presidente de recomendação de cloroquina contra o coronavírus; Teich relatou também que o uso de cloroquina foi discutido em uma reunião com o Conselho Federal de Medicina no Palácio do Planalto; e ainda que a tese de “imunidade de rebanho” é um “erro”. Para Teich seria mais adequado o governo ter um ministro com “conhecimento maior” em saúde que o de Pazuello para sucedê-lo; O ex-ministro falou ainda da orientação do governo sobre uso do medicamento ineficaz e a falta de autonomia que o levaram a pedir demissão do cargo.
Nesta quarta, seria a vez do general Eduardo Pazuello, terceiro ministro da Saúde no governo Bolsonaro, nome mais aguardado pela comissão. O comparecimento do militar à comissão, contudo, foi remarcado para o próximo dia 19. Isso porque Pazuello informou ter tido contato recente com pessoas que contraíram a Covid-19.
A CPI da Covid volta a se reunir, nesta quinta-feira, 06. Serão ouvidos o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. De Queiroga, os senadores vão cobrar informações sobre a compra de vacinas e sobre a elaboração de protocolos de enfrentamento à Covid-19. Do presidente da Anvisa, os senadores querem explicações sobre a análise e a aprovação de mais vacinas contra a Covid-19.
Atualmente, o Brasil tem autorização da agência reguladora para aplicar os imunizantes Coronavac, AstraZeneca/Oxford, e Pfizer. Há um movimento de parlamentares pela liberação da vacina russa Sputnik V, produzida no Brasil pelo laboratório União Química.
Representantes de laboratórios, da Fiocruz e do Butantan também deverão comparecer. Os depoimentos ocorrerão na próxima semana.
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