Lançada pelo Instituto de Estudos da Religião (ISER), a pesquisa “Religião e Voto: uma fotografia das candidaturas com identidade religiosa nas Eleições 2020” – que foi realizada entre setembro de 2020 e dezembro de 2021 – buscou analisar
As diversas formas pelas quais os candidatos ao Legislativo manifestaram sua identidade religiosa nas campanhas municipais de 2020 foi analisada pela pesquisa “Religião e Voto: uma fotografia das candidaturas com identidade religiosa nas Eleições 2020” lançada pelo Instituto de Estudos da Religião (ISER). O estudo analisou oito capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém e Goiânia.
Os dados quantitativos e qualitativos foram obtidos a partir do monitoramento e análise das mídias sociais dos candidatos com o objetivo de identificar aqueles com algum vínculo ou identidade religiosa.
Ao analisarem o total de candidaturas de cada cidade, pesquisadores do ISER mapearam um total de 1.043 candidatos com esse perfil — isto representa 10,71% das candidaturas. Por outro lado, de posse do resultado das eleições, em contraste direto com este dado, foi constatado que cerca de 51,35% das cadeiras das Câmaras Municipais foram ocupadas por candidatos com identidade religiosa, com destaque para Salvador com a maior taxa (69,77%) e para Porto Alegre com a menor (27,5%).
A pesquisa também buscou analisar o perfil desses candidatos, considerando aspectos como a religião manifestada, a relação de gênero e raça, além dos vínculos partidários. Foi observado que as candidaturas evangélicas e as com identidade “genérica” de cristãos foram as que mais se destacaram. Outro ponto que chama atenção na pesquisa é o significativo desempenho eleitoral de católicos apesar da centralidade dada aos evangélicos no debate público.
A pesquisa também buscou analisar o perfil desses candidatos, considerando aspectos como a religião manifestada, a relação de gênero e raça, além dos vínculos partidários. Foi observado que as candidaturas evangélicas e as com identidade “genérica” de cristãos foram as que mais se destacaram. Outro ponto que chama atenção na pesquisa é o significativo desempenho eleitoral de católicos apesar da centralidade dada aos evangélicos no debate público.
Também foi observado que as candidaturas “cristãs” são marcadas por maior desigualdade de gênero, com 78,45% de homens e 21,55% de mulheres, enquanto afrorreligiosos e budistas são os mais equânimes, com 56,25% de mulheres e 43,75% de homens no primeiro, e 50% para ambos no segundo, respectivamente. Já em relação à raça, a desigualdade é uma questão em destaque. A pesquisa mostrou que, embora pessoas negras tenham sido maioria nas candidaturas com identidade religiosa, com média superior a 50% em cada capital analisada, pessoas brancas foram as mais eleitas.
Sobre os partidos políticos e orientação política, o material aponta que os partidos que apresentaram o maior número de candidaturas com identidade religiosa foram o PSC e o Republicanos. Outro ponto importante levantado pela pesquisa, de cunho mais qualitativo, foram os principais temas abordados nos debates de propostas para as Câmaras Municipais, com forte ênfase nas pautas morais e econômicas, entre elas intolerância religiosa e a suposta “cristofobia”, violência contra a mulher, proteção à infância e empreendedorismo.
Foi observado que os evangélicos se concentraram mais no PSC (75 candidaturas) e que estiveram em menor número nos partidos identificados com a esquerda, como UP, PC do B, PSOL e PT. Por outro lado, os candidatos católicos tiveram vinculação maior com partidos de esquerda: o PT foi a segunda agremiação com maior número de católicos, com 19 candidaturas. Já os candidatos afrorreligiosos encontraram mais espaço no PDT (8 candidaturas) e no PT (8 candidaturas), enquanto aqueles que se identificaram como cristãos se concentraram no Republicanos e no PSL, com 40 e 34 candidaturas, respectivamente.
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