Nesta semana o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, se reuniu com o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute, após um fim de semana tenso em que foguetes foram disparados em direção às fronteiras norte e sul de Israel, vindos da Faixa de Gaza e do Líbano. A reunião foi noticiada pelo canal Al-Mayadeen, que relatou que os líderes dos grupos terroristas discutiram uma maior coordenação dos esforços de “resistência” contra o Estado israelense.
No mesmo dia, o presidente da Síria, Bashar Assad, e o presidente iraniano Ebrahim Raisi também discutiram o Ramadã e os esforços de “resistência” contra Israel. De acordo com a mídia estatal iraniana, Raisi disse a Assad que “os crimes do regime sionista são um sinal de fraqueza e uma prova de um futuro brilhante e promissor para o movimento de resistência”.
Em Israel, as Forças de Defesa Israelenses (IDF) acrescentaram reforços de oficiais de diferentes áreas para fortalecer a segurança após vários dias de ataques com foguetes vindos de Gaza, do Líbano e da Síria contra o território israelense, além de vários incidentes terroristas e tensões em torno do Monte do Templo/Esplanada das Mesquitas, que ocorreram no auge da Páscoa e Ramadã.
Em resposta aos ataques com foguetes, a IDF atingiu locais onde o Hamas havia se posicionado no Líbano e em Gaza, e também posições iranianas na Síria e algumas afiliadas ao regime do presidente sírio Bashar Assad. A IDF também deixou claro que vê o Irã, a Síria e o Hezbollah como responsáveis pelo quadro geral de ameaças, e acusou o Hamas de ter disparado os primeiros foguetes.
O Ministério de Relações Exteriores de Israel se manifestou via Twitter sobre o encontro dos líderes dos grupos terroristas inimigos em um post com os dizeres: “Hezbollah e Irã. Hamas e Irã. Jihad Islâmica Palestina e Irã. Os grupos terroristas que atacam Israel podem ter nomes diferentes, mas têm uma coisa em comum. Irã”.
O cientista político especialista em Oriente Médio e presidente executivo da StandWithUs Brasil, André Lajst, explica que “o governo iraniano financia diversos grupos terroristas no Oriente Médio – os Hutis no Iêmen, milícias xiitas no Iraque, mercenários pró-Irã na Síria, o Hezbollah no Líbano e o Hamas e a Jihad Islâmica na Faixa de Gaza” e que “desde meados de 2010, Israel opera sigilosamente para sabotar o programa nuclear iraniano, pois entende que este regime, com a narrativa que possui, se torna um perigo existencial ao Estado Judeu e para o resto do mundo”.
Sobre a reunião entre os inimigos israelenses, Lajst ressalta que “a articulação dos grupos terroristas pode intensificar ainda mais os ataques sobre alvos civis inocentes de Israel e de outras regiões do Oriente Médio e do mundo” e que é difícil, tanto para a população de Israel, quanto para a população de Gaza, Cisjordânia, Iêmen, Iraque, Líbano e Síria, viverem sob os constantes ataques ou sob o domínio de grupos terroristas controlados pelo Irã.
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