O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) junto com outras 54 organizações internacionais que participaram da COP27 em 2022 no Egito assinaram uma carta em que fazem a defesa do clima e de mudanças sustentáveis em sistemas alimentares.
O objetivo do documento é trazer ao debate a importância de uma visão estruturada em torno dos sistemas alimentares, especialmente nos espaços de discussões e pactuações globais. O que passa, por exemplo, pela defesa de uma agricultura agroecológica e de alimentos saudáveis em prol da saúde das pessoas e também do planeta. Além de mostrar a ligação entre os sistemas alimentares e as mudanças climáticas.
O Idec participa da carta por meio de dois programas do Instituto: o de Consumo Sustentável e o de Alimentação Saudável e Sustentável. “É preciso endereçar os problemas e pactuar soluções em torno dos sistemas alimentares de forma sistêmica. Precisamos de relações de produção e consumo que protejam o solo, as matas, e as águas, como na agroecologia. Sem relações que levem em conta os aspectos socioambientais, o planeta estará cada vez mais próximo de tragédias e asseverando desigualdades ”, confirma o coordenador do Programa de Consumo Sustentável do Idec, Rafael Arantes.
Janine Coutinho, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, afirma que além da questão ambiental, a mudança nos sistemas alimentares é essencial para a saúde das pessoas. “No contexto do sistema alimentar, ter acesso à alimentação saudável e sustentável requer práticas de produção de alimentos sem o uso de venenos. A transição agroecológica é uma solução viável e real, mas que nem sempre é apresentada como uma possibilidade pela Big Agro e Big Food. As falsas soluções que as grandes corporações colocam no mercado não respeitam os direitos humanos e fazem mal para a saúde das pessoas e do meio ambiente”, garante.
A carta tem o objetivo de levar as necessidades da sociedade civil para o espaço de tomada de decisões e pactuações globais, com o intuito de demandar governos que precisam debater melhor a questão climática e de sistemas alimentares. O documento foi submetido dentro do sistema ONU, que vem conduzindo as discussões em torno do grupo de trabalho de Koronivia, responsável pela carta.
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