sábado , 12 abril 2025
Notícia

Carga tributária é o que mais encarece a conta de luz para 60% da indústria, diz CNI

49

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (1º) revela que 60% da indústria nacional aponta a alta carga tributária do país como o principal fator do elevado preço da conta de luz. Isso reflete, segundo os industriais entrevistados, numa competitividade mediana e investimentos tímidos. Inédito, o levantamento da CNI entrevistou 1.002 executivos líderes de indústrias de pequeno, médio e grande portes das cinco regiões do país.

Quando perguntados sobre os dois itens que mais impactam na conta de luz, a alta carga tributária é apontada por 78% dos entrevistados (60% como primeiro fator e 18% como segundo motivo). Na sequência, também foram apontados outros fatores relevantes de impacto nos preços da energia, como os períodos de seca (29%), o custo de transmissão de energia (27%), os subsídios pagos na conta de luz (17%) e o custo da geração de energia (16%).

“O custo da produção da energia no Brasil é barato, mas a nossa conta de luz é uma das mais caras do mundo. Reduzir o preço da energia é uma obsessão da indústria brasileira. Para isso, a diminuição dos encargos é um imperativo não apenas para contribuir com a competitividade do setor industrial, mas para garantir a sustentabilidade econômica do próprio setor elétrico nacional”, destaca o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Para 55% dos executivos entrevistados, o excesso de subsídios no setor elétrico é o que faz elevar a carga tributária e, consequentemente, a conta de energia. O gerente de Energia da CNI, Roberto Wagner Pereira, afirma que a carga tributária, somada aos encargos e subsídios, representa cerca de 44% do custo final da energia elétrica para o consumidor. “Isso gera um impacto bastante alto na competitividade da indústria, ainda mais que os nossos competidores internacionais têm custos menores em relação à energia”, acrescentou.

Como enfrentar?

Para o gerente da CNI, a alternativa eficaz para dirimir essa questão é o governo diminuir encargos e subsídios, principalmente os voltados para políticas públicas que estão fora do setor elétrico e que possam diminuir esse custo para a indústria de modo geral.

Professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em energia, Ivan Camargo concorda com Roberto Wagner. Para ele, o caminho mais evidente é retirar os encargos e diminuir os impostos, uma vez que, segundo ele, o país produz uma energia muito barata que vem das hidrelétricas, tem a energia solar e, ainda, a eólica. “Portanto, nós temos uma matriz de produção de energia elétrica além de renovável, barata”, frisou.

Na sua avaliação, o governo não deve interferir no setor elétrico com mudanças de regras, porque aumenta a imprevisibilidade e o custo, além de posicionar o país num caminho errado. “A gente reclama da conta de energia, fica reclamando da distribuidora. A parcela da distribuidora é 10%, 12% do que a gente paga. Uns 30%, 40% vai para o gerador, mais uns 10% para transmissão e o resto tudo é encargo, é subsídio, é imposto”, salientou.

Os dados da pesquisa revelam que a energia elétrica é a fonte energética mais utilizada por 80% das indústrias para o processo industrial. Na sequência, aparecem energia solar (10%), gás natural (2%), óleo diesel (2%) e lenha (1%). Os números mostram ainda que 96% das indústrias usam energia elétrica no processo produtivo; 20% usam energia solar; 14%, gás natural; 14%, óleo diesel; 8%, lenha; e 4%, óleo combustível.

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Notícia

Governo sanciona crédito especial de R$ 273 milhões para o Judiciário e CNJ

Foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a...

Notícia

ExpoCannabis mostra potencial de empregabilidade no mercado da planta

Capaz de gerar pelo menos 328 mil empregos no Brasil, o mercado...

Notícia

Políticas púbicas: plataforma mapeia investimentos federais no Brasil

Um portal que mapeia a distribuição dos investimentos federais no Brasil, abrangendo...

NotíciaSP

Apagão em São Paulo já causou pelo menos R$ 1,65 bilhão em prejuízos ao varejo e aos serviços da cidade

Entidade – que está em diálogo com autoridades e com a ENEL...