Passado o estado de emergência da Covid-19 no mundo, o Brasil entra da rota de atenção para outro vírus: o Influenza H5N1, popularmente conhecido como “gripe aviária”.Na última segunda-feira (22), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional após a notificação de casos da doença confirmados em aves no País.
Mais de 30 pessoas que tiveram contato com as aves doentes realizaram exames e descartaram o contágio. O Ministério da Saúde monitora quatro casos suspeitos da doença, todos os pacientes são moradores do Espírito Santo.
O médico infectologista e diretor da Inspirali, vertical de medicina do Ecossistema Ânima, Dr. Evaldo Stanislau, alerta para os riscos da doença em humanos. De acordo com o médico, a contaminação pode acontecer quando há o contato direto com aves vivas ou mortas contaminadas pelo vírus. Ele ressalta que não há risco de contágio pela ingestão da carne de aves, desde que a origem sejam granjas ou abatedouros onde a carne e os derivados dos animais são processados adequadamente.
A Influenza H5N1 em humanos apresenta sintomas de uma gripe comum: febre, dor no corpo, mal-estar, tosse e dor de garganta. “Esse é um vírus que causa gripe, portanto, as complicações e sintomas são exatamente os mesmos de uma gripe comum. Pacientes idosos e imunodeprimidos devem ter um cuidado maior, pois, podem apresentar quadros mais graves da doença como pneumonia. No primeiro momento é uma gripe comum, mas pode evoluir e apresentar complicações”, alerta o médico.
Por enquanto, no Brasil, a doença foi encontrada apenas em aves silvestres e não há confirmação de casos humanos. Os Ministérios da Saúde e da Agricultura e Pecuária monitoram a situação. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) foi observado que o vírus não infecta humanos com facilidade e, quando acontece, geralmente a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada.
Dr. Evaldo afirma que dificilmente o vírus chegará ao mercado alimentício, pois a cadeia de produção de aves e ovos é protegida por diversos mecanismos de controle. “É improvável que uma ave que seja criada para consumo de carnes ou ovos em escala industrial chegue a ser infectada, pois há um rigor na qualidade. Já as granjas menores com produção para consumo próprio com animais criados em ambientes não controlados podem sofrer com a contaminação. Ainda assim, com o preparo da carne bem cozida o risco no consumo é minimizado. A ameaça de contágio da doença se apresenta no contato com as aves doentes”, afirma.
Até o momento, os casos da doença registrados em animais no Brasil, aconteceram em aves silvestres. O Ministério da Agricultura e Pecuária pede que, ao encontrar uma ave morta ou com aparência doente, acione imediatamente o serviço veterinário mais próximo e que, em nenhum momento, recolha ou entre em contato com o animal.
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