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IPCA sobe 0,41% em novembro, abaixo do esperado; em 12 meses, inflação está em 5,90%

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,41% em novembro na comparação com outubro, informou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses foi a 5,90%. No ano, a inflação está em 5,13%.

A alta mensal veio abaixo da expectativa do mercado, que era de uma inflação de 0,53% em outubro e de 6,01% em 12 meses, segundo o consenso Refinitiv.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete tiveram alta em novembro. Os grupos Transportes (0,83%) e Alimentação e Bebidas (0,53%) foram os que impactaram de forma mais expressiva o índice do mês. Juntos, os dois contribuíram com cerca de 71% do IPCA de novembro.

Já a maior variação veio de Vestuário (1,10%), ficando acima de 1% pelo quarto mês consecutivo. O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,02%) ficou próximo da estabilidade, mostrando uma desaceleração em relação a outubro (1,16%). Habitação (0,51%), por sua vez, ficou acima do observado no mês anterior (0,34%).

Combustíveis – A alta em Transportes foi provocada, principalmente, pelo aumento dos combustíveis (3,29%), que em outubro haviam recuado 1,27%. Os preços do etanol (7,57%), da gasolina (2,99%) e do óleo diesel (0,11%) também subiram em novembro. A exceção foi o gás veicular, com queda de 1,77%.

A gasolina, em particular, exerceu o maior impacto individual no índice do mês, com 0,14 ponto porcentual. Também foram citados como motivos as altas de emplacamento e licença (1,72%), automóvel novo (0,50%) e seguro voluntário de veículo (0,97%), que contribuíram conjuntamente com 0,07 p.p.

No lado das quedas, os preços das passagens aéreas recuaram 9,80%, após as altas de 8,22% em setembro e 27,38% em outubro.

“A alta da gasolina está ligada ao aumento do preço do etanol. Isso ocorreu por conta de um período de entressafra da produção de cana de açúcar. A gasolina leva álcool anidro em sua composição”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Alimentação no domicílio – Já em Alimentação e bebidas, os maiores responsáveis pela alta de 0,53% foram os alimentos para consumo no domicílio (0,58%). As maiores variações vieram da cebola (23,02%) e do tomate (15,71%), cujos preços já haviam subido em outubro (9,31% e 17,63%, respectivamente). Houve alta também nos preços das frutas (2,91%) e do arroz (1,46%).

“No caso da cebola tivemos uma redução da oferta nacional, principalmente do Nordeste, mas também de outros locais como São Paulo e Minas Gerais. Essa diminuição não foi coberta por importações porque não existe uma grande oferta de cebola no mercado externo. Em relação ao tomate, a oferta costuma ser afetada pelo fator clima. Nesta época do ano, a safra de inverno já está esgotada”, disse Kislanov.

No lado das quedas, o destaque foi o leite longa vida (-7,09%), assim como já havia acontecido nos meses anteriores. No ano, a variação acumulada do produto, que chegou a 77,84% em julho, está agora em 31,20%. Houve recuo também nos preços do frango em pedaços (-1,75%) e do queijo (-1,38%).

A variação da alimentação fora do domicílio (0,39%) ficou abaixo do mês anterior (0,49%). Enquanto a refeição desacelerou de 0,61% em outubro para 0,36% em novembro, o lanche seguiu caminho inverso, passando de 0,30% para 0,42%.

INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,38% em novembro, 0,09 p.p. abaixo do resultado observado em outubro (0,47%). No ano, o indicador acumula alta de 5,21% e, nos últimos 12 meses, de 5,97%, abaixo dos 6,46% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em novembro de 2021, a taxa foi de 0,84%. Os produtos alimentícios passaram de 0,60% de variação em outubro para 0,55% em novembro. Os preços dos não alimentícios também subiram menos, e a variação passou de 0,43% em outubro para 0,32% em novembro.

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